Acerca do MNAC

A minha foto
Lisboa, Portugal
Situado no centro histórico de Lisboa, o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, fundado em 1911, foi inteiramente reconstruído em 1994, sob projecto do arquitecto francês Jean-Michel Willmotte. A colecção de arte portuguesa, de 1850 à actualidade, constitui a mais importante colecção nacional de arte contemporânea. O programa de exposições temporárias, de particular relevância, ocupando totalmente o espaço de exposição, é alternado entre a colecção do museu e exposições internacionais. Incidindo sobre artistas e movimentos representados na colecção, propondo revisões e novas pistas de investigação sobre as matérias tratadas, o MNAC apresenta exposições internacionais relevantes que se cruzam com a própria colecção do museu, dando a conhecer obras e artistas contemporâneos internacionais.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O Edifício / The Building


Instalado desde 1911, ano da sua fundação, no espaço do convento de São Francisco da Cidade, conjunto seriamente afectado pelo terramoto de 1755, o actual Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado foi, após o incêndio que em 1988 afectou a zona, reinaugurado em 1994 sob projecto de renovação da autoria do arquitecto francês Jean-Michel Wilmotte.O átrio do Museu serve de entrada e acolhimento aos visitantes e apresenta as linhas gerais que presidiram ao risco do complexo, de uma arquitectura neo-moderna que respeitou os vestígios históricos pré-existentes: imóvel monástico datável do período da reconstrução pós-terramoto, posteriormente adquirido, após a extinção das Ordens Religiosas pela lei liberal de 1834, pelo negociante inglês Abraham Wheelhouse. O átrio ostenta dois pilares de lioz que suportam uma abóbada de tijolo de seis panos, numa austeridade de linhas construtivas inserível na tradição da arquitectura chã portuguesa. A renovação empreendida respeitou e valorizou estes vestígios, tomando partido do pé-direito elevado através de uma plataforma suspensa que permite um nível de visita intermédio, onde se apresenta escultura. Passadeira e escadaria de acesso, balcão de atendimento, painéis de sinalética, guardas envidraçadas, mobiliário, sistemas de iluminação e suportes de obras de arte foram integralmente desenhados por Wilmotte, que se socorreu de materiais como a pedra, o metal e as madeiras bem como de uma paleta cromática de cinzas, valorizada pela pedra de azulina de Cascais polida que reveste o pavimento.
Os cinzas predominam na sala subsequente e superior, onde se expõe escultura, cujo elevado rasgamento vertical amplia ilusoriamente o reduzido espaço de exposição. Através de uma escadaria empedrada o visitante acede ao segundo piso do edifício. Aqui se abre a “Sala dos Fornos”, espaço erguido originalmente entre 1830-40 por Wheelhouse que, então, o dotou de um importante conjunto de fornos em tijolo. A abertura quadrangular no piso que comunica com o hall inferior, actualmente coberta por vidro-rocha, destinava-se certamente à elevação e transporte de farinhas.Novo lance de escadas conduz a uma galeria quadrangular que deita para a sala da escultura e permite o acesso quer aos gabinetes da direcção e terraço superiores, donde se vislumbra o Tejo, quer a outra zona de exposições, duas galerias longitudinais e comunicantes em «L», entrecortado por estreitas frestas de iluminação natural.Da galeria posterior acede-se, a uma sala anexa, espaço experimental revestido a madeiras onde alternam a iluminação natural e artificial.
Anexos a este módulo assinalam-se os espaços da Biblioteca e do Gabinete de Desenhos, porventura as zonas onde a memória conventual é mais visível, por exemplo, nas coberturas abobadadas ou no par de pilares, que se destacam entre o equipamento técnico.
Findo este percurso, o visitante desce através de uma escadaria suspensa ao espaço de Cafetaria e acede à esplanada e jardim exterior com esculturas em bronze dos séculos XIX e XX. Do jardim o visitante acede novamente por uma porta envidraçada à passadeira elevada no átrio, descendo à recepção.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Housed since its foundation in 1911 in the São Francisco da Cidade monastery, which was heavily damaged in the 1755 earthquake, the current National Museum of Contemporary Art - Museu do Chiado was re-opened in 1994 following a fire that damaged the area in 1988 and after the completion of renovation work by the French architect Jean-Michel Wilmotte.
The museum atrium serves both as entrance and visitor reception area and reveals the general design adopted for the complex: a neo-modern architectural style that respected the pre-existing historical vestiges - a monastic structure dating from the post-earthquake reconstruction period that was later acquired, following the abolition of the religious orders in 1834, by the English merchant Abraham Wheelhouse. The atrium reveals two lias pillars that support a six-sided brick vault in an austerity of constructed line that falls within the tradition of Portuguese plains architecture. The renovation work respected and enhanced these vestiges, exploiting the high ceiling through the addition of a suspended platform that provides an intermediate floor presently used to exhibit sculpture. The suspended walkway and access stairs, reception desk, sign panels, glass display cases, furniture, lighting systems and supports for the art works were all designed by Wilmotte, who made use of materials such as stone, metal and wood, alongside an ash-grey colour scheme, enhanced by the polished dark blue stone from Cascais used for the floor.
Ash-grey predominates in the subsequent and upper room, used to exhibit sculpture, whose high vertical opening amplifies illusorily the museum’s small exhibition space. Via a stone staircase, the visitor reaches the building’s second floor. Here one enters the Sala dos Fornos (Oven Room), originally constructed between 1830 and 1840 by Abraham Wheelhouse, who at the time equipped it with a series of notable brick ovens. The quadrangular opening in the floor that connects to the lower hallway, currently clad with rock glass, was almost certainly intended for lifting and moving flour.
A new flight of stairs leads to a quadrangular gallery that opens into the sculpture room and allows access to both the upper administrative offices and terrace, with views over the river, and the other exhibition area, two longitudinal galleries joined in an ‘L’ and intersected by narrow shafts of natural light.
From the following gallery one reaches an annexed room, an experimental space lined in wood where natural and artificial light alternate.
Adjoining this room are the library and the Gabinete de Desenhos (Drawing Room), the two areas where the monastic legacy is possibly most evident, for instance in the vaulted ceilings and the twin pillars, which stand out amid the array of technical equipment.
Concluding the tour, the visitor descends via a suspended staircase to the café and enters the open terrace and garden with its display of 19th- and 20th-century bronze sculpture. From the garden, one returns, through a glass door, to the suspended walkway of the atrium and from there down to the reception area.

Sem comentários: